
O terreno da intervenção localiza-se na zona mais antiga do Porto. O Porto tem origem na Pena Ventosa por uma questão estratégica, do ponto de vista defensivo e pelas boas condições para a fixação humana.
Ernesto de Melo e Castro é um cliente “real”, concreto, que poderá acompanhar o projecto. É alguém com exigências reais e cujo estilo de vida deve estar reflectido na sua habitação. A forma como o cliente “desmonta” as palavras, criando várias sílabas, agrupando-as de outras formas e conferindo- lhes diferentes significados foi uma vertente que influenciou a fase inicial do trabalho, partindo para uma solução que repartia a casa por vários volumes.

Mais do que responder a um programa de habitação havia neste caso também que solucionar uma composição e remate de espaço público. Podemos entender este espaço como tendo duas realidades diferentes e quase opostas: de um lado uma forte vertente turística e publica que se relaciona com a Sé, com o Largo da Sé e com a Casa dos 24, e, por outro lado uma relação com uma zona habitacional, com uma rua estreita, mais intimista.
Então assim podemos pensar neste edifício como um todo, dividido em dois núcleos, um público com contributo para a cidade relacionado com o espaço público e com um diálogo directo com a área mais movimentada da zona de intervenção. Por outro lado temos um núcleo mais íntimo, voltado para uma zona residencial, a Rua de São Sebastião, mais calma que é o núcleo da habitação.
Os dois volumes da habitação dividem-se também em volume íntimo (onde estão os quartos) e volume público (onde acontecem os espaços de convivência). Numa busca pela privacidade, a habitação fecha-se em si mesma, abrindo-se para pátios interiores.




